quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Olá, vermelhos! Estou aqui para compartilhar com vocês a história do meu mais novo queridinho, o livro "A Rainha Vermelha", da Victoria Aveyard. Então aqui vai uma resenha dessa nova distopia que já tem um lugar reservado no meu coração:
A trama se passa em Norta, um país dividido pelo sangue: vermelho ou prateado.
A população de sangue vermelho é composta por pessoas comuns, mortais que vivem subjugados pelos prateados – a minoria privilegiada com poderes especiais, “deuses” que governam a terra. Essa divisão foi de certa forma inovadora, já que as distopias lançadas nos últimos anos em geral dividem a população em regiões segundo o poder econômico ou político do indivíduo, não por uma característica de nascença, como é o caso do sangue.
Mare Barrow, protagonista da obra, mora em Palafitas – nome que homenageia o estilo das casas do vilarejo – com sua família e, diferentemente de sua irmã mais nova, Gisa, a menina não consegue seguir em nenhuma carreira como aprendiz, então furta pequenas coisas pelas feiras, ruas e bares para ajudar no sustento de seus pobres pais até que, em alguns meses, vá para a guerra, como todo cidadão vermelho, maior de idade e desempregado.
A pequena ladra não apresenta muita preocupação em relação ao recrutamento, tendo como consolo a ideia de rever seus três irmãos mais velhos na frente de batalha. O problema, na verdade, surge logo no início do livro quando Kilorn, seu amigo de infância, perde o emprego e se vê diante da inevitabilidade de ser recrutado. Mare entra em desespero e, determinada a fazer o possível para livrá-lo da guerra, a menina se mete em problemas que acabam, contra sua vontade, levando-a para o palácio, onde descobre ter poderes e, além disso, ser uma ameaça à soberania prateada.
Ao longo da história, a autora dá cada vez mais ênfase ao conflito entre os dois grupos, enquanto Mare, manipulada pela nobreza, acompanha o desenlace de uma revolução comandada pela Guarda Escarlate, grupo de vermelhos já cansados da subordinação à elite. Barrow, então, quer entender o que a torna especial, se é a única vermelha com poderes, e descobrir como usar esse novo artifício para acabar com o domínio prateado ao mesmo tempo em que deve salvar sua pele das garras da Coroa.
Com a narrativa em primeira pessoa, Victoria Aveyard consegue trazer o leitor para o contexto da história, despertando diversos sentimentos a cada capítulo – seja de indignação pelo tratamento dos prateados ou solidariedade pela causa dos vermelhos. Ao ler a sinopse, já esperava um enredo um tanto quanto clichê, com uma personagem fraca que posteriormente ocuparia um cargo próximo à realeza e, por fim, casar-se-ia com o príncipe. Fui surpreendida a cada página com acontecimentos inesperados e reviravoltas a todo instante, como também pelo fato de que a autora não dera muito foco ao romance entre os personagens, mas sim ao confronto político entre os vermelhos e prateados.
Mare é uma personagem forte e determinada, mas com vários defeitos, o que a torna ainda mais verossímil. Outra característica que faz com que a obra se aproxime mais da realidade é o modo como as coisas não tendem a ser consertadas facilmente, com aquela velha história de haver sempre uma solução pra tudo. Diversos problemas aparecem e alguns simplesmente não têm conserto no fim do dia.
“A Rainha Vermelha” é um livro muito bem escrito, que prende o leitor do início ao fim, além de possuir capa e design que articulam com o tema (fundo prateado com uma coroa coberta por sangue vermelho) e atraem pessoas que não têm conhecimento de sua história. Atribuindo poderes e um lado fantasioso ao contexto distópico, Victoria criou uma versão fictícia para o modelo de sociedade que conhecemos bem: a presença de uma classe que detém o capital, os poderosos econômica e politicamente (comparados aos prateados) que oprime e explora a camada mais pobre (vermelhos).
Então é isso, vermelhos, vou deixar aqui uma frase que, devo admitir, tenho escrito em todo lugar ultimamente - o slogan da Guarda Escarlate.

"Vamos nos levantar, vermelhos como a aurora."

-Alanis Juh

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